POR QUE O MAL SE REVELA (1ª Parte)
Por: Meishu-Sama
Como já me referi minuciosamente à questão da corrupção dos funcionários públicos, no Ensinamento intitulado "A superstição do ateísmo", creio que puderam compreender, em linhas gerais, que a causa fundamental do mal está no modo de pensar dos desonestos.
Trata-se do pensamento ateísta de que basta esconder das pessoas os delitos, quaisquer que eles sejam. Assim sendo, vou referir-me detalhadamente a esse respeito.
Devo dizer que, conforme aquele modo de pensar, se fosse possível ocultar totalmente um delito, seria muito mais vantajoso ganhar dinheiro ilicitamente.
Não resta dúvida de que esse pensamento é amplamente difundido entre os que praticam o mal. No entanto, há um fato realmente muito misterioso pois, por mais que o indivíduo o pratique de forma habilidosa, o crime é sempre descoberto.
Creio que não há erro em dizer que eles próprios sabem disso; porém, por desconhecerem sua verdadeira causa, não conseguem abandonar a senda do mal.
Assim sendo, desejo esclarecer o motivo pelo qual, infalivelmente, os delitos acabam sendo descobertos. O essencial é o fato de que, mesmo que as pessoas consigam enganar os olhos alheios, jamais conseguirão ludibriar a si mesmas.
Embora ajam às escondidas, não conseguem ocultar o fato delas próprias e isso significa que estão cientes de suas ações.
Dessa maneira, as pessoas em geral pensam que são existências independentes da sociedade e que, portanto, não tendo nenhuma relação com os demais indivíduos, não há nenhuma inconveniência de elas agirem de acordo com sua vontade, realizando habilmente apenas aquilo que lhes convém e que proporciona benefícios próprios.
Consideram que essa é a forma de agir inteligente da atualidade.
Portanto, mesmo ouvindo orientações sobre altruísmo e lições de moral de seus superiores ou de religiosos, elas se mostram aparentemente admiradas, mas no íntimo zombam deles, achando que tudo isso não passa de tolice e de promessas vazias de supersticiosos perdidos pelo mundo. Trata-se, pois, de pessoas presas às formalidades, nulas espiritualmente, e seu valor como seres humanos é inexistente.
Por Meishu-Sama – Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 26 de dezembro de 1951