Ao entrarmos em determinada casa, temos uma sensação de frieza e de tristeza. Isso é causado pela falta de amor do chefe da família, em outras palavras, pela sua frieza, que o faz pensar: "Basta o meu bem-estar; os outros não me interessam." Em suma, é uma criatura insensível. Por essa razão, o lar é desprovido de afeto.

O mesmo se dá com as pessoas. Quando encontramos alguém, não sabemos por que, mas sentimos se a pessoa é fria ou calorosa. Isso se deve ao espírito; é uma sensação recebida a partir do espírito da outra pessoa.

Se a sensação for calorosa, significa que há muito amor. Tudo é assim. Mesmo em se tratando de unidades religiosas que se desenvolvem e outras que não vão adiante, a causa fundamental reside nesse ponto.

O fato de a pessoa possuir amplo ou forte amor significa que ela possui muita luz. Visto que as pessoas se caracterizam por se sentirem atraídas pela luz, elas se reúnem em locais mais calorosos.

Assim, inevitavelmente, tende-se a frequentar lugares mais acolhedores. Falta de habilidade no falar, local ruim, casa apertada, tudo isso influi de certa forma, mas não é a causa fundamental. O essencial é que o responsável da unidade religiosa tenha amor intenso, e isso atrairá as pessoas.

Esse ponto é interessante na perspectiva do espírito da palavra, ou seja, kototama. Em japonês, o termo taiyo (Sol) remete à palavra ri, que significa "fogo", que, por sua vez, se refere a "calor". Ao contrário, conforme sempre escrevo, a Lua é um bloco de gelo e, por isso, é fria.

Por Meishu-Sama – O Pão Nosso de Cada Dia, vol. 1 – poema 80

Publicado em 16 de setembro de 1953