Este é um título que pode parecer estranho, mas uma vez que se trata de um assunto que as pessoas quase não têm percebido, vou expô-lo a seguir.

Ao prestarmos atenção às pessoas bem-sucedidas na vida até hoje, tanto no Oriente como no Ocidente, notamos que não só as que realizaram grandes empreendimentos que lhes valeram fama mundial, mas também as que obtiveram sucesso individualmente, são quase todas pessoas do tipo “do mal”, com exceção de uma minoria que constitui o tipo “do bem”. Isto significa que, na realidade, é difícil as pessoas boas serem bem-sucedidas, pois elas acabam sendo vencidas pelas más.

Longe de se preocupar se vai incomodar os outros ou causar danos à sociedade, a maioria obtém sucesso escapando habilmente das malhas da lei e parece acreditar que, para isso, não há outro meio. Assim sendo, quando alguém vê um indivíduo bem-sucedido, logo lhe vem a ideia pré-concebida de que essa pessoa seja astuta e que não se deve confiar nela, uma vez que, por detrás de seu sucesso, sem dúvida alguma, estão ocultas ações nem um pouco dignas de serem mencionadas.

Não há por que ser diferente, uma vez que essa realidade deve ser verdadeira. Consequentemente, as criaturas ambiciosas, que almejam o sucesso, a imitam e, acreditando que a forma mais inteligente é não escolher os meios para alcançar os objetivos, agem desse mesmo modo.

Esta é a causa dos males sociais da atualidade. Tal forma de encarar as coisas está tão enraizada na cabeça dos homens de hoje que, quando estes olham para nós, nos observam sob esse mesmo prisma.

Pelo fato de ter conseguido formar trezentos mil fiéis em apenas três ou quatro anos, nossa Igreja acaba sendo incluída no grupo dos bem-sucedidos. Uma vez que nos observam por meio de uma visão preconceituosa, essas pessoas acreditam que, embora se trate de religião, sem dúvida, estamos agindo desonestamente nos bastidores e que, por essa razão, viemos obtendo sucesso.

No mundo atual, não há como vencer na vida calcado apenas no bem. Naturalmente, não são apenas as pessoas em geral que pensam dessa forma; até mesmo as autoridades, em maior ou menor grau, têm essa tendência, o que não é uma suposição apenas nossa.

As pessoas que sofreram reveses por nossa Igreja ter-se expandido, os materialistas que não simpatizavam com as religiões novas, as denúncias escritas feitas às autoridades e aos jornais como vingança por não termos aceitado extorsões, os boatos divulgados pelos jornais mal-intencionados deixavam as autoridades confusas, o que, às vezes, obrigava estas a nos fiscalizar apenas em cumprimento de suas responsabilidades.

Acima, expus a verdadeira razão pela qual nossa Igreja é criticada pela sociedade. O que é uma clara evidência de que poucas pessoas se tornaram bem-sucedidas praticando o bem. Por conseguinte, precisamos extirpar o pensamento errôneo de que neste mundo só se consegue obter sucesso por meio do mal e mostrar o exemplo de que só sairemos grandes vitoriosos quando nos fundamentarmos no bem e na justiça.

É nesse sentido também que nós estamos nos esforçando ao máximo. Se fizermos com que a sociedade se conscientize dessa verdade, é óbvio que isso trará uma influência muito positiva a todas as pessoas. Acredito que esta também seja a razão para que a religião cumpra a missão que é inerente a ela.

Por Meishu-Sama – Alicerce do Paraíso, Vol. 5

Publicado em 18 de março de 1950