CEDA PARA CONQUISTAR [continuação}
Por: Meishu-Sama
[...] O motivo da minha insistência para que todos sejam dóceis está no fato desse procedimento conduzir à vitória.
A pessoa que faz questão de ser obedecida, no final, acaba sendo rebaixada. Frequentemente, ouvimos dizer: "Perder é vencer."
Muitas vezes, em uma discussão, discutimos e perdemos. Entretanto, na verdade, vencemos; pelo fato de o adversário já ter apresentado seus argumentos, não terá mais nada a nos dizer.
Quem venceu, não conhece os argumentos do outro, que docilmente se sujeitou à derrota. Por essa razão, o primeiro se sente inseguro.
No entanto, quem perdeu, fica tranquilo. No início, até poderá ficar bastante amedrontado por ter passado por momentos difíceis.
Todavia, com o passar do tempo, tal temor desaparece. Pode até sentir-se mais leve imaginando que a outra parte esteja satisfeita.
O vencedor, que fez o outro sofrer, poderá pensar: "Essa pessoa deve estar me odiando. Será que não está pensando em se vingar de mim?" Desse modo, ele se sente atormentado.
Por conseguinte, quem perdeu é quem realmente venceu. Logo, em qualquer situação, devemos deixar que o adversário vença, permitindo que sua opinião prevaleça.
Isto equivale ao sentido da expressão "tirar a força da barriga", ou seja, diminuir a tensão. Dessa maneira, mesmo quando algum de meus discípulos está dizendo coisas desagradáveis, procuro prestar atenção.
Apenas quando sou tripudiado pelo mal, imponho minha opinião, caso contrário, acato a situação.
Em geral, as pessoas pensam que dar ouvidos a subalternos acarreta perda de autoridade. É realmente cômico. Bernard Shaw escreveu muitas comédias sobre isso.
[...] Por esse motivo, se a pessoa viver baseada no lema "Perdendo é que se vence", com certeza, alcançará sucesso.
Afinal, quem perde, sempre acaba vencendo.
Dessa maneira, a maioria dos fatos ocorre de forma inversa e, por isso, resultados inversos, manifestações inversas.
Por conseguinte, devemos aprender observando esses fatos. Tal procedimento nos leva a ser bem-sucedidos, facilmente.
Na época em que iniciei nossa Igreja, aliás, antes disso, eu já dizia aos fiéis que agissem sem alvoroço, o mais discretamente possível, sem fazer uma divulgação maciça da Igreja. Sem chamar a atenção, silenciosamente. Eu sempre dizia isso a todos.
Entretanto, havia sempre pessoas que me diziam que era melhor divulgá-la, mas eu continuei agindo discretamente. No entanto, a Igreja passou a ser conhecida.
A isto denomino efeito contrário. As religiões que realizaram propagandas, objetivando ser amplamente conhecidas, tiveram resultado oposto.
Todavia, em outras atividades, a coisa é diferente. Por exemplo, as vendas de medicamentos, sabonetes etc. fazem anúncios.
Ao contrário, em se tratando de trabalho sério, é melhor realizá-lo da maneira mais reservada possível.
Por essa razão, ao abrirmos unidades religiosas e ao atuarmos com o desejo de que as mesmas sejam amplamente conhecidas pela sociedade, ocorre o contrário. Atuando comedidamente, acabam tornando-se famosas.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 4
Publicado em 11 de julho de 1951