SENSO DE JUSTIÇA
Por: Meishu-Sama
Não é necessário mencionar, mas seria muito natural discorrer sobre esse tema. Na verdade, atualmente, o que é óbvio está sendo muito negligenciado e eu, portanto, me sinto obrigado a escrever sobre isso.
Observando todos os aspectos da sociedade, podemos dizer que quase não se veem pessoas imbuídas do senso de justiça, as quais pensam exclusivamente em seus interesses em qualquer situação. Quando, às vezes, alguém fala em justiça, simplesmente é ignorado e tratado como antiquado, sendo até mesmo menosprezado.
Então, se as pessoas procederem pensando só em si mesmas, será que as coisas correrão bem? Muito ao contrário do esperado, ocorrem mais fracassos e mais desgraças do que sucesso. Apesar de viverem essa situação repetidamente, sem desconfiarem de nada, levam a vida normalmente. Esta é a realidade do mundo atual.
No entanto, a nosso ver, existe uma causa evidente que as pessoas não conseguem perceber. Qual seria essa causa? É justamente o que digo: a escassez do senso de justiça. A maioria dos seres humanos é prejudicada o tempo todo pelos maus pensamentos e, devido às máculas que envolvem sua alma, não conseguem enxergar o motivo dos fracassos e desgraças. Pela observação que venho realizando há longo tempo sobre a sorte ou a má sorte, não tenho dúvida sobre a sua compreensão.
Onde se encontra, então, a causa fundamental da falta do senso de justiça?
Sem dúvida, a causa é o desconhecimento da existência do Mundo Espiritual, que é invisível, mas existe verdadeiramente. Nesse mundo, há a Lei de Deus, que, diferentemente da lei dos homens, julga as ações humanas com severidade e sem parcialidade.
Lamentavelmente, por não saber que isso ocorre, o ser humano, mesmo ouvindo falar, não consegue acreditar e, assim, cria a causa da própria infelicidade, inconscientemente.
Dessa forma, as pessoas na maioria, são hábeis ao falarem, tentam mostrar apenas as aparências e sempre se esforçam arduamente, a fim de mostrar um valor muito além do que possuem realmente. Não obstante, isso é inútil, pois como eu já disse, o olhar vigilante de Deus percebe o íntimo do ser humano e define sua boa ou má sorte, medindo com exatidão o bem e o mal.
Se uma lógica tão evidente como essa deixasse de ser percebida pelas pessoas com baixo nível de instrução, ainda seria compreensível; mas o que dizer das pessoas cultas e ilustres, de alta reputação e fama?
Isso se verifica porque elas enxergam apenas a parte exterior do Mundo Material e desconhecem o fundamental Mundo Espiritual, que está na parte interna. Consequentemente, tentam "espremer" uma inteligência que não possuem e se esforçam para enganar as pessoas, achando que isso é ser esperto. Por esse motivo, podemos dizer que tais pessoas são dignas de piedade.
A prova disso está nos resultados que são sempre o inverso. Mesmo assim, não percebem que, na realidade, as coisas não lhes correm bem. Independentemente da classe social, pensam assim e, portanto, só tendem a crescer o número de criminosos e a insegurança social. Assim sendo, alguém, por mais que deseje realizar algo de útil na atual sociedade, encontra obstáculos que o levam ao fracasso. Apesar de seus esforços, passa por grandes dores em vão. Por vezes, acaba sendo alvo dos jornais ou ações judiciais.
Considero as pessoas às quais me referi como um "grupo de pessoas estúpidas-espertas" e tenho me esforçado o máximo com o desejo de despertá-las a todo custo. Para isso, evidentemente, não há outro recurso senão fazê-las reconhecer a existência de Deus, o que também tem sido muito difícil.
Isto porque, na atualidade quanto mais alta a posição social, pensa-se que o ateísmo é uma condição para alguém ser considerado culto. Desse modo, para fazer com que elas compreendam realmente, devemos criar uma oportunidade a fim de que possam presenciar os milagres. [...]
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5 - trechos
Publicado em 23 de dezembro de 1953