A CONSTRUÇÃO DO PARAÍSO E A EXCLUSÃO DO MAL CONTINUAÇÃO
Por: Meishu-Sama
[...] A partir de agora, escreverei em detalhes o que penso a respeito de como vai ficar o mundo no futuro.
Se o mal é a causa fundamental da infelicidade humana, conforme dissemos, surge a seguinte dúvida: por que Deus o criou? Esta é a pergunta que mais tem atormentado o ser humano até os dias de hoje. Eis, porém, que finalmente Deus esclareceu a Verdade, que eu passo a apresentar.
Em primeiro lugar, por que o mal foi necessário até hoje? Porque através do conflito entre ele e o bem, a cultura material pôde progredir e se desenvolver até o estágio atual. Não é surpreendente? Não poderíamos sequer imaginar que, na realidade, esta era a Verdade.
Um exemplo disso é a guerra. A guerra ceifa milhares de vidas e, por ser tão trágica, constitui o maior temor do ser humano. Para este livrar-se dessa catástrofe, usaram-se todos os recursos da inteligência e nem precisamos dizer o quanto isso acelerou o progresso da cultura.
Podemos fazer tal afirmativa porque a História nos mostra claramente que, após as guerras, a cultura fez enormes avanços tanto nos países vencedores como nos vencidos. Todavia, se as batalhas chegassem ao extremo ou se prolongassem demasiadamente, os países envolvidos seriam aniquilados, o que representaria a destruição da própria cultura.
Sendo assim, Deus as detém num certo ponto, fazendo com que a paz retorne. A alternância de períodos de guerra e períodos de paz é a própria imagem da história do mundo.
Na sociedade, a situação é idêntica. Os criminosos e as autoridades vivem numa constante competição de inteligência. Os desajustes de relacionamento entre as pessoas também são decorrentes da luta entre o bem e o mal. No entanto, podemos entender que a solução dessas divergências contribui para o desenvolvimento da inteligência humana.
Ora, se a cultura progrediu graças ao atrito entre o bem e o mal, vê-se que o mal, até hoje, foi realmente imprescindível. Contudo, precisamos saber que o mal não é eternamente necessário e que há um limite para ele.
Vou explicar a esse respeito. Primeiramente, o mais importante é o objetivo de Deus, o governador do mundo.
Em termos filosóficos, esta designação significaria "ser absoluto" ou "vontade do universo". Jesus Cristo e outros líderes religiosos fizeram profecias sobre o fim do mundo que, na verdade, significa o fim do mundo do mal.
E que, depois disso, viria um mundo ideal, o Paraíso Terrestre isento de doença, pobreza e conflito, o mundo de Verdade, Bem e Belo, o Mundo de Miroku etc. Os nomes diferem, mas o significado é o mesmo.
Para a construção de um mundo tão maravilhoso, é necessária uma preparação à altura que preencha todas as condições, tanto do ponto de vista espiritual quanto material.
De acordo com o Plano de Deus, a primeira condição era que o progresso material fosse alcançado, pois o progresso espiritual não está preso ao tempo, podendo ocorrer de uma só vez, ao contrário daquele, que necessita de muitos e muitos anos. Para preencher essa primeira condição, Ele fez com que, inicialmente, o ser humano ignorasse Sua existência e se concentrasse apenas nos assuntos materiais.
Foi assim que surgiu o ateísmo, que é a condição fundamental para a criação do mal. Este, então, ganhou força, infligiu maiores sofrimentos ao bem e, prosseguindo nessa luta, fez o ser humano cair no abismo do sofrimento. Todavia, o ser humano sempre se debateu na ânsia de sair desse abismo, o que desencadeou a força que impulsionou grandemente o progresso da cultura. Foi trágico, porém inevitável.
Creio que puderam ter uma noção básica sobre o bem e o mal com o que foi escrito acima. Tendo finalmente chegado o tempo em que o mal não será mais necessário, ou seja, o tempo presente, a questão é seriíssima. Não se trata de imaginação ou desejo; é a pura realidade. [...]
Como resultado, a cultura, da qual o mal sempre se utilizou até hoje, sofrerá uma reviravolta, ficando à inteira disposição do bem. Daí, chegará a época do nascimento do tão almejado Paraíso Terrestre.
Por Meishu-Sama, Alicerce do Paraíso, vol. 1 - trechos
Publicado em 13 de agosto de 1952