
Bom-dia a todos.
Cheguei à Igreja Messiânica em 1989, aos 28 anos, devastada pela dor da perda repentina de meu irmão de apenas 23.
A irmã mais velha já era messiânica e me conduziu à unidade religiosa.
A Luz do Johrei confortou minha alma e me fez voltar à vida. Desde então, nunca mais me distanciei de Meishu-Sama. Assim, ingressei na fé no ano seguinte.
Em 1995, tornei-me professora de Ikebana Sanguetsu. No ano de 2006, fui abençoada com a permissão de receber o grau sacerdotal de ministra assistente.
Já atuei como responsável de Johrei Center, coordenadora de ensino e em diversas outras dedicações.
Até hoje, pude conduzir aproximadamente 200 pessoas à Obra Divina, direta e indiretamente.
No momento, dedico como responsável pelo setor de Espiritualidade e Saúde da Igreja Santos.
Há mais de oito anos, reservo as terças e sextas-feiras para servir integralmente a Meishu-Sama.
Nesses dias, passo pelo menos 10 horas seguidas na Igreja, ministrando Johrei, ouvindo e cuidando de pessoas.
Considero um verdadeiro presente de Deus ser um instrumento de transformação de vidas por meio da Luz do Johrei e dos Ensinamentos de Meishu-Sama.
No dia 24 de janeiro deste ano, uma sexta-feira, estava dedicando quando recebi um telefonema desesperado de minha filha mais velha, que reside em São Paulo, Capital.
Aos prantos, ela me informou que a irmã, minha filha mais nova de 19 anos, que tinha ido visitá-la, estava presa na estação Jardim São Paulo do metrô, onde ocorria uma inundação descomunal.
Ela me mandou um vídeo, que a irmã lhe enviara, mostrando as cenas aterradoras da enchente.
A água subia rapidamente, transformando escadas em cachoeiras, e a correnteza tomava toda a estação. Pessoas se agarravam com todas as forças às grades e corrimãos para não serem arrastadas. A situação era de completo desespero.
Para agravar a situação, minha filha tem fobia de tempestade, e posso avaliar o pavor que deve ter sentido naquele momento.
Logo depois de enviar o vídeo, ela parou de se comunicar.
As tentativas de contato foram em vão, aumentando ainda mais nossa aflição. Não sabíamos o que havia acontecido.
O silencio não foi por acaso, conforme viemos a saber depois.
Um rapaz não resistindo à força da correnteza, ao ser arrastado, esbarrou em minha filha, que se desprendeu do corrimão e submergiu nas águas barrentas.
Ela fechou a boca e os olhos e, tragada pela enxurrada, acreditou que sua vida estava chegando ao fim.
Contudo, em um momento de incrível intervenção divina, metros depois, foi lançada contra uma catraca e se agarrou.
Ela não estava ali por acaso. Foi colocada por Deus no lugar certo e na hora exata para servir como Seu instrumento em meio ao caos.
Quando pôde emergir e se equilibrar, viu uma criança sendo arrastada pela correnteza.
Em uma ação rápida e retirando forças de onde não havia, agarrou a criança, que tinha cerca de cinco anos, e colocou-a a salvo sobre a catraca. O menino havia sido levado dos braços da mãe pela enxurrada.
Em meio à luta pela própria sobrevivência, minha filha foi utilizada para salvar outra vida, ainda mais vulnerável.
Após alguns minutos, um policial chegou para pegar o menino, que, apavorado, não queria sair de seus braços.
Ela e a mãe da criança conseguiram deixar a estação, pelo mesmo acesso utilizado pelo policial.
Depois de um longo período sem notícias, minha filha fez contato através de um celular desconhecido, pois o dela fora levado pela água.
Estava na casa da família da criança que ajudara a resgatar.
Sua primeira pergunta foi se eu estava na Igreja. Seu primeiro pedido foi para que, diante do Altar, eu agradecesse pela sua vida.
Assim fiz, com os olhos em lágrimas e o coração repleto de gratidão.
Em seguida, sua irmã foi encontrá-la. No dia seguinte, minha filha retornou a casa. Acolhi-a com seus hematomas, escoriações e longos e indecifráveis silêncios.
Em seu sentimento não havia traços de lamúria, mas de profunda gratidão pela vida salva.
Na terça-feira, dia 28 de janeiro, fomos juntas à Igreja e, diante do Altar, reafirmamos nossa fé em Meishu-Sama como nosso salvador.
Por parte de pai, ela pertence à quarta geração de messiânicos que sempre serviram ativamente à Obra Divina.
Do meu lado, são 10 messiânicos, entre irmãos, filhos, sobrinhos e cunhados. Dos quais, seis são ministros da igreja.
Desde o ingresso na fé, sempre busquei dedicar com afinco e sinceridade, visando levar Luz e elevação espiritual aos antepassados, e força e proteção para os descendentes.
Depois dessa experiência, mais do que nunca estou convicta de que o acúmulo de méritos muda o nosso destino e o daqueles que estão ligados a nós pelos elos espirituais.
Na semana seguinte ao ocorrido, minha filha, que faz faculdade de Gastronomia, foi convidada para atuar na área e já está trabalhando com carteira assinada.
Esta é mais uma demonstração de como a graça divina se manifesta, mesmo em meio a desafios.
Meu coração transborda gratidão a Deus, a Meishu-Sama e aos antepassados pelo privilégio de caminhar sob a Luz da fé messiânica.
Meishu-Sama nos revela que o servir a Deus e ao próximo é o caminho para um destino melhor.
É com essa certeza que assumo o compromisso de continuar me empenhando de corpo e alma para fazer as pessoas felizes.
Muito obrigada.