Bom-dia a todos!
Sou ministra assistente e atuo como auxiliar do responsável no Johrei Center Alphaville e coordenadora do setor de Sorei Saishi (Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepassados) da Igreja Lapa.
Gostaria de compartilhar como o servir visando à salvação do próximo e à elevação dos antepassados possibilitou a restauração de vínculos familiares rompidos.
Meus pais nunca se casaram oficialmente e, desde a separação deles, em 1973, quando eu tinha três anos, perdi o contato com meu pai.
Durante a infância, percebia uma tristeza profunda em minha mãe, cuja causa eu não identificava.
Quando eu tinha 10 anos, uma tia me revelou, sem entrar em detalhes, que eu tinha um irmão desaparecido.
Ao tentar entender mais o caso, fui impedida pelos adultos, que disseram que isso não era assunto de criança.
Dias depois, tomei coragem e perguntei à minha mãe.
Ela me contou que, em torno de cinco anos antes de eu nascer, ela engravidara de um namorado.
Como meus avós não permitiram o relacionamento, o rapaz acabou indo para o exterior, impossibilitando qualquer convivência.
No parto, ela teve complicações e desmaiou.
Ao acordar, foi informada por uma de suas irmãs que, por ser solteira e sem profissão, ela havia decidido, com o consentimento de minha avó, dar o bebê a outra família, com melhores condições para criá-lo.
Esse acontecimento abalou profundamente minha mãe.
Ela ficou depressiva e desenvolveu uma série de distúrbios emocionais e físicos.
Passou anos em uma busca desesperada e silenciosa pelo paradeiro do filho.
Ao saber disso, levei um grande choque e fiquei muito triste.
Ao mesmo tempo, apesar de ser muito nova, comprometi-me a ajudá-la na tentativa de localizá-lo.
Buscava com os familiares e nos municípios vizinhos alguma pista que pudesse apontar o destino de meu irmão; contudo, as informações eram sempre desencontradas.
Com o passar do tempo, a saúde de minha mãe foi-se debilitando cada vez mais.
Em 2005, ela faleceu vítima de acidente vascular cerebral isquêmico aos 62 anos.
Na véspera de sua partida, tivemos uma conversa em que ela me fez prometer que nunca desistiria de encontrar seu filho.
Desde então, essa passou a ser minha maior motivação.
Embora eu já fosse casada e tivesse dois filhos, sentia-me solitária e tinha um vazio que nada era capaz de preencher.
Em maio de 2013, tornei-me messiânica, encaminhada por um amigo e padrinho de casamento que havia ingressado na fé recentemente.
Eu ia à unidade religiosa todos os dias. Dedicava na limpeza, no servir e fazia reuniões de Johrei no lar.
Além disso, distribuía miniarranjos florais, falava sobre a igreja e ministrava Johrei a amigos e familiares.
Dessa forma, ainda em 2013, tive a oportunidade de encaminhar 10 pessoas à fé messiânica, incluindo os dois filhos.
No mesmo período, fiz o Sorei Saishi dos antepassados.
Meu marido recebeu o Ohikari em 2015.
Posteriormente, assumi novas missões na Obra Divina: assistente de família, assistente de ministro, e me empenhei de corpo e alma na expansão da fé messiânica.
Dessa forma, até hoje, já tive a permissão de conduzir diretamente cerca de 80 pessoas à Igreja.
Em março de 2024, fui outorgada como ministra assistente no Solo Sagrado de Guarapiranga.
Na ocasião, agradeci a Deus e a Meishu-Sama a permissão de dedicar em nível mais abrangente com os antepassados para que pudéssemos nos elevar espiritualmente.
Ao mesmo tempo, dirigi uma prece humilde e sincera a Deus, a Meishu-Sama e aos antepassados, reforçando o anseio de localizar meu irmão.
No final de abril, inesperadamente, recebi o telefonema de uma prima, filha da tia que entregara meu irmão para ser adotado.
Ela me contou que algo inusitado ocorrera.
Sua irmã havia feito um exame de DNA em um laboratório de genética que realiza testes de ancestralidade e oferece uma plataforma digital cujos resultados são compartilhados entre os usuários que desejam descobrir parentes desconhecidos.
Após isso, recebeu o telefonema de um homem explicando que também fez o teste, e os resultados apontavam que eles eram primos ou meios-irmãos.
Na hora eu disse a ela: "É o meu irmão".
Em seguida, contei-lhe o que havia ocorrido com minha mãe, que teve o seu primeiro filho retirado e entregue a outra família logo após ter dado à luz.
Assim, no mesmo dia, pude conversar com ele por chamada de vídeo.
Quando o vi, afirmei: "Preciso dizer que você foi muito, muito amado; você não foi doado, nem abandonado, foi retirado".
Nós dois nos emocionamos e choramos muito.
Combinamos de nos conhecermos pessoalmente durante a semana.
No dia em que nos encontramos, assim que ele me abraçou, as batidas do meu coração mudaram de ritmo, e eu tive a certeza de que, realmente, se tratava do meu querido irmão.
Era como se aquele vazio de anos fosse preenchido instantaneamente.
Compreendi que aquela sensação pertencia aos antepassados que, em algum momento, se sentiram abandonados ou rejeitados.
Ministrei-lhe Johrei e conversamos demoradamente sobre nossa história.
Posteriormente, eu fiz o exame de DNA que comprovou nossa familiaridade. Com isso, além de um irmão, ganhei sete sobrinhos e três sobrinhos-netos.
Estamos nos aproximando cada vez mais e, este ano, fomos juntos ao cemitério onde nossa mãe está sepultada.
Foi um momento muito marcante, como se nossa família, há anos dilacerada, tivesse, finalmente, se unido.
Ele e duas sobrinhas já foram conhecer a Igreja comigo, o que me deixou extremamente feliz.
Em maio, trouxe um sobrinho para conhecer o Solo Sagrado de Guarapiranga.
Diante de tudo o que vivi, comprometo-me a dedicar cada vez mais na Obra Divina, e a ensinar a todos a importância de cultuar os ancestrais e, principalmente, dedicar pela sua salvação.
Agradeço a Deus, a Meishu-Sama e aos amados antepassados a permissão de ser um instrumento útil nessa maravilhosa obra de salvação e, com isso, transformar o destino de diversas gerações da família.
Muito obrigada.
NOV 2024
Experiência de fé do Culto Mensal de Agradecimento dedicado às Almas dos Antepassados
"Como o servir visando a salvação do próximo e a elevação dos antepassados possibilitou a restauração de vínculos familiares rompidos"
Maria Olivia Rangel Barroso
IGREJA LAPA - JC ALPHAVILLE - SP
- Por: Secretaria de Experiência de Fé
- Editoria: Culto Mensal