Sou messiânica há vinte e sete anos e dedico como assistente de ministro e responsável de caravanas no Johrei Center Botafogo, ligado à Igreja Copacabana, Rio de Janeiro.
Gostaria de compartilhar como, ao longo dos anos, o encaminhamento de pessoas à Obra Divina se tornou o principal motivo de minha felicidade e o alimento espiritual de que necessito para viver.
No início de 1994, apareceram feridas nas pernas, que eliminavam secreção purulenta de maneira incessante.
Fui ao médico, e o diagnóstico foi líquen plano (doença inflamatória que afeta pele, unhas, couro cabeludo e, em alguns casos, a mucosa da boca e dos genitais).
Comecei a fazer uso de diversos medicamentos, entre corticoides e fortes antibióticos, via oral e injetáveis.
Contudo, o tratamento não surtia efeito e, em poucos meses, as feridas cobriam toda a parte inferior do corpo.
Da cintura para baixo, não havia lugar onde não houvesse feridas. Elas doíam muito, coçavam e exalavam odor intenso e desagradável.
Era uma situação muito delicada, pois, além do desconforto físico, havia o constrangimento causado pelo odor e aspecto repulsivo das feridas.
Após mais ou menos um ano de tratamento, o médico informou que eu já tomara todos os medicamentos indicados para a doença, mas meu corpo não reagia.
Sem perspectivas de cura ou de algo que amenizasse o sofrimento, estava desesperada e sem saber o que fazer.
Eu já morava no Rio de Janeiro, mas minha família é do Maranhão.
Por volta de agosto de 1995, meu irmão, que era messiânico há mais de dez anos com a esposa, me chamou para ir a São Luís, pois eles me levariam à igreja para receber Johrei.
Aceitei imediatamente seu convite e, dois dias depois, viajei.
Fui apresentada à ministra responsável da unidade religiosa de quem recebi o primeiro Johrei.
Durante o recebimento, sentia meu corpo queimar por inteiro, era como se o sangue estivesse em ebulição.
Emocionei-me e chorei copiosamente.
Depois do Johrei, a ministra disse para eu ficar tranquila e afirmou que, com certeza, eu superaria aquela purificação.
Por sua orientação, eu chegava na igreja de manhã, para o culto matinal e só saía após o encerramento.
Durante esse período, recebia Johrei de maneira praticamente ininterrupta; até quando me alimentava, havia alguém me ministrando Johrei.
Além disso, materializava a oferta do donativo de gratidão diário.
Com essas práticas, o resultado foi impressionante!
Em apenas dez dias, não havia mais nenhuma ferida. Elas secaram completamente.
Restaram apenas algumas manchas escuras que também desapareceram em pouco tempo.
Senti uma alegria e gratidão inexplicáveis.
Dei-me conta da grandiosidade do Johrei.
Transmitir a Luz Divina é uma dádiva permitida por Deus e Meishu-Sama, pois capacita pessoas comuns a tirar seu semelhante do sofrimento e conduzi-lo à felicidade.
Com esse sentimento, iniciei as aulas de Princípios Messiânicos e tive a permissão de ser outorgada com o Ohikari (Medalha da Luz Divina) em 25 de outubro de 1995.
A partir de então, defini minha meta de vida: salvar as pessoas por meio da Luz do Johrei.
Se um dia eu cheguei à igreja desesperada, sem qualquer perspectiva de melhora, e tive a vida salva através do Johrei, nada é mais importante na minha vida do que levar essa Luz às pessoas.
Minha alma se preenchia de uma profunda alegria a cada vez que apresentava alguém a Meishu-Sama, e a Luz proporcionada por essa dedicação passou a ser meu alimento espiritual.
Não há sensação melhor do que ver alguém que acompanhei com todo amor e carinho, superar seus sofrimentos e ser útil à Obra Divina.
Durante esses anos, pude ser utilizada para encaminhar mais de cem pessoas à fé messiânica.
Em 2020, com o isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19, passei a ter dificuldades de apresentar pessoas a Meishu-Sama.
Embora realizasse as práticas messiânicas no lar: cultos on-line, leitura de ensinamentos, cursos de espiritualidade messiânica, donativo de gratidão, experimentava um grande vazio e, aos poucos, a alegria foi-se transformando em profunda tristeza.
Com o retorno parcial das atividades presenciais, no início de 2021, voltei a dedicar no Johrei Center.
Mesmo assim, o desânimo continuava. Não tinha forças para acompanhar os frequentadores e de falar sobre Meishu-Sama às pessoas.
Acreditava que não era mais capaz de cumprir a missão que me fora atribuída por Deus de guiar o próximo pelo caminho da felicidade.
Em novembro de 2022, o quadro acentuou-se: comecei a sofrer com crises de ansiedade e depressão e cheguei a fazer uso de medicamentos.
Foi nesse período que, assistindo aos cultos pela izunome.TV, percebi que, em muitas ocasiões, as transmissões eram realizadas de locais longínquos.
Com isso, eu comecei a pensar: "Se a Luz de Deus chegou até lá, é porque alguém levou".
Dessa forma, dei-me conta da importância do pioneirismo e do encaminhamento, para que a Luz de Deus possa alcançar o número máximo de pessoas e locais.
Isso me fez retornar ao sentimento inicial, em que buscava, de todas as formas possíveis, mostrar a salvação às pessoas.
Sendo assim, resolvi colocar a mão na massa novamente e cair em campo em busca de almas de ouro.
Fui ao Altar do Johrei Center e comuniquei meu objetivo a Meishu-Sama. Em seguida, relatei a decisão ao ministro.
Estávamos em período de preparação para o Culto do Natalício de Meishu-Sama, e o ministro nos sugeriu uma grande outorga para homenagear o nosso mestre.
Assim, intensifiquei as dedicações e me comprometi a acompanhar pessoas até o ingresso na fé.
Ia à igreja todos os dias, ministrava bastante Johrei e atendia os visitantes de primeira vez com muito amor.
Voltei a entregar os pequenos arranjos florais e a falar sobre Meishu-Sama a todos sempre que podia.
Por me preocupar exclusivamente com o servir e a felicidade do próximo, os sentimentos foram mudando e, quando me dei conta, já não tomava mais nenhum medicamento e estava de novo emocionalmente forte e segura na missão.
No dia da cerimônia de outorga, tive a grande alegria de apresentar sete novos membros à fé messiânica, sendo que três deles já peregrinaram ao Solo Sagrado de Guarapiranga.
Em janeiro de 2023, encaminhei mais quatro almas de ouro e, em fevereiro, outras cinco pessoas que acompanhei, foram outorgadas.
Diante de tudo isso, fui tomada por uma enorme gratidão.
Ser utilizada como instrumento para fazer outras pessoas felizes é algo que me move a cada dia e tenho certeza de que a alegria que transborda em mim é um reflexo do que os antepassados estão sentindo no Mundo Espiritual.
Quando intensifiquei as dedicações e assumi o compromisso de salvar pessoas, tudo se transformou. A ansiedade e a depressão desapareceram, e minha natureza alegre ressurgiu.
Agradeço a Deus, a Meishu-Sama e aos antepassados a minha vida e a permissão de servir na expansão da fé messiânica em prol da concretização do Paraíso Terrestre.
Muito obrigada.