
Conforme já falei a respeito da relação entre o Mundo Espiritual e o Mundo Material, tudo o que se passa neste é a projeção do Mundo Espiritual, onde está ocorrendo uma grande mudança. Conhecendo-se esse fato, tudo se torna claro aos nossos olhos.
Todas as coisas existentes entre o céu e a terra nascem e se desenvolvem, bem como são criadas e destruídas pela ação daqueles dois mundos, numa evolução infinita. Numa visão ampla, o universo é macroinfinito e, ao mesmo tempo, um conjunto de microinfinitos, que é o mundo da matéria. Por meio de sua contínua transformação, a cultura se desenvolve ininterruptamente. Meditando sobre isso calmamente, não podemos deixar de sentir a vontade do Universo, isto é, o objetivo e a intenção de Deus. Em tudo há a distinção entre yin e yang, claro e escuro, dia e noite. [...]
Obedecendo a esta lógica, no Mundo Espiritual, é chegada a hora da mudança da noite para o dia, que, efetivamente, se processa em intervalos de alguns milhares ou dezenas de milhares de anos. Trata-se de um fato extremamente importante, cujo conhecimento é imprescindível à compreensão do princípio do Johrei. Além disso, o conhecimento dessa mudança possibilita vislumbrar o futuro do Johrei e do mundo, o que conduz o ser humano à paz interior. Explicarei como está se projetando no Mundo Material a mudança que ocorre no Mundo Espiritual, em milhares e milhares de anos.
Nesse sentido, até agora, era noite no Mundo Espiritual. [...] Observando-se os fatos do Mundo Material, que são a projeção do que ocorre no Mundo Espiritual, isso fica evidente. A alternância dos períodos de paz e guerra e a ascensão e queda das nações podem ser comparadas às fases da lua cheia e da lua nova. Agora, um ciclo se encerrou. É justamente o momento da mudança para o dia, que corresponde ao alvorecer.
A transição da noite para o dia no Mundo Espiritual acarretará uma experiência inédita para a humanidade. Uma grande, espantosa, temível e ao mesmo tempo feliz mudança está para ocorrer, e seus sinais já estão surgindo. [...]
O Mundo da Noite significa uma era de trevas, caracterizada por lutas, fome e doenças. Em contraposição, o Mundo do Dia significa uma era de luz, plena de paz, fartura e saúde. [...]
O Sol, que começa a despontar no leste, logo deverá atingir o zênite. E o que significa isso? Significa o colapso total da cultura da noite em escala mundial; ao mesmo tempo, ouvir-se-á o brado do nascimento da cultura do dia. [...] Assim, aproxima-se o momento decisivo para o destino da humanidade, e dele talvez ninguém conseguirá escapar. Restará apenas o caminho de minimizar os sofrimentos. E aqui vou apresentar-lhes um meio para isso: conhecer o princípio do Johrei e participar dos projetos de construção da cultura do dia. [...]
Sendo o princípio do Johrei a irradiação da misteriosa luz invisível emanada do corpo humano, qual seria, então, a natureza dessa luz? Ela é uma espécie de energia espiritual, peculiar ao corpo humano, e seu componente principal é o elemento fogo. Portanto, na ministração do Johrei, necessita-se de grande quantidade desse elemento.
À medida, porém, que se aproxima o Mundo do Dia, o elemento fogo vai aumentando no Mundo Espiritual, [...]. Assim sendo, além de ser eficiente na eliminação das doenças, o elemento fogo possui mais um fator de importância decisiva: seu incremento no Mundo Espiritual acelera o processo de purificação do corpo material, porque a transformação ocorrida naquele mundo causa influência direta no corpo espiritual. [...]
Pelo exposto, os leitores poderão entender que, pouco a pouco, está-se processando a transição da noite para o dia. Na era da noite, para o tratamento das doenças, era mais vantajoso solidificar as toxinas que dissolvê-las, pois não havia elemento fogo suficiente para promover sua dissolução.
Assim, era inevitável adotar-se provisoriamente o método de solidificação. Eis a pavorosa falácia que se tornou a causa dos sofrimentos da humanidade, como as guerras, a fome, as doenças e a diminuição da duração da vida.
Por Meishu-Sama, em 5 de fevereiro de 1947
Extraído do livro Alicerce do Paraíso, vol. 1 - trechos